Fotografar o movimento na Liberdade é encontrar a NEGRITUDE
e o ORIENTE em um único lugar!
O bairro da Liberdade em São Paulo é rico em cenas de rua com movimentos únicos por conta do cenário cercado de arquitetura inspirada no oriente e no Japão, resultado da ocupação de pessoas vindas do continente asiático principalmente por incentivo do governo brasileiro que desejava apagar os traços da ocupação negra que houve durante o séculos XVIII e XIX, onde a região da Liberdade era um reduto da população negra escravizada, também sendo palco da violência cometida pela coroa portuguesa onde a Praça da Liberdade era conhecida como “Largo da Forca”. Inclusive o nome Liberdade, dado ao bairro no início do séc. XX, foi batizado desta forma como resultado da luta por liberdade que os negros escravizados travaram até a abolição da escravatura.
A riqueza cultural trazida pelos povos vindos da África é fator determinante para a formação da região e de suas camadas sociais e da força e da cultura do povo negro.
Trafegar pelas ruas do bairro é também caminhar por sobre o antigo Cemitério dos Aflitos, ou Cemitério dos Enforcados, antes situado entre o Beco dos Aflitos, e seu entorno, as ruas dos Estudantes, Galvão Bueno, Rua da Glória e um trecho da Radial Leste — tendo sido preservada sua antiga capela, conhecida como Capela dos Aflitos, na Rua dos Aflitos, também remanescente desse cemitério — era o local destinado para o sepultamento dos indigentes, escravos que não pertenciam à Irmandade do Rosário e para os condenados à morte na forca, também chamados de supliciados. Uma das mais conhecidas pessoas sepultadas nesse cemitério é Francisco José das Chagas (o “Chaguinhas”), um dos condenados pelo Motim de Santos (28-29 de junho de 1821), responsável por uma devoção popular mantida na Capela dos Aflitos.
Estes fatores históricos da formação do bairro e da construção do imaginário por trás dos elementos arquitetônicos, tanto de origem oriental quanto da origem colonial e escravagista, fazem do Bairro da Liberdade uma região única para a prática da Fotografia de Rua e Urbana, atraindo centenas de fotógrafos e artistas para o local a cada semana.
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